Por que o batom vermelho nas comissárias de bordo virou padrão no mundo da aviação?

Muntt Jocen
By Muntt Jocen 29 Views
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O batom vermelho nas comissárias de bordo é uma das imagens mais marcantes da aviação comercial. Muito além da estética, essa escolha de maquiagem tem raízes históricas e funcionais que poucos conhecem. Durante décadas, as companhias aéreas construíram um padrão visual rigoroso para suas equipes femininas, e o batom vermelho tornou-se um dos símbolos desse padrão. Ele não apenas realça os traços do rosto, como também reforça uma imagem de autoridade, elegância e profissionalismo. O batom vermelho nas comissárias de bordo, portanto, ultrapassa a barreira da vaidade, assumindo um papel simbólico no serviço aéreo.

Historicamente, o batom vermelho nas comissárias de bordo ganhou espaço durante a chamada era de ouro da aviação, entre os anos 1950 e 1960. Nessa época, as exigências de aparência eram extremamente rígidas e as companhias determinavam até mesmo o tom exato de maquiagem que as funcionárias deveriam usar. O visual das comissárias era cuidadosamente construído para transmitir segurança, hospitalidade e controle, qualidades fundamentais dentro de uma aeronave. O batom vermelho não era apenas permitido, era uma obrigação que fazia parte do uniforme. Essa tradição continua viva em muitas empresas até os dias de hoje.

Embora os padrões tenham sido flexibilizados com o tempo, o batom vermelho nas comissárias de bordo ainda é amplamente utilizado e, em alguns casos, incentivado pelas companhias. Em empresas como a Emirates, por exemplo, o uso do batom vermelho é parte do visual oficial da tripulação. As funcionárias recebem inclusive treinamentos específicos de maquiagem, com foco em uniformizar a aparência e manter a imagem institucional da companhia. Esse tipo de padronização ajuda a reforçar a identidade da marca e a criar uma experiência mais consistente para os passageiros.

Além do impacto visual, o batom vermelho nas comissárias de bordo já teve uma função prática. De acordo com relatos de ex-comissárias, em situações de emergência em que o barulho da cabine tornava a comunicação difícil, a cor vibrante do batom ajudava os passageiros a lerem os lábios das funcionárias. Isso facilitava comandos rápidos e reduzia a chance de mal-entendidos em momentos críticos. Apesar de hoje essa não ser mais uma regra formal, a escolha continua a carregar esse simbolismo de clareza na comunicação e eficiência operacional.

Outro fator que mantém o batom vermelho nas comissárias de bordo tão presente é o impacto psicológico que a cor causa nos passageiros. Estudos mostram que o vermelho é associado à confiança, liderança e energia. Em um ambiente onde a tranquilidade e a confiança são cruciais, esses atributos visuais fazem diferença. O rosto maquiado com destaque nos lábios transmite a sensação de preparo e controle, características que as companhias aéreas querem que seus clientes percebam em sua tripulação.

Com o avanço das discussões sobre padrões estéticos e liberdade individual, o uso do batom vermelho nas comissárias de bordo tem sido debatido. Muitas companhias já não obrigam mais o uso da cor, deixando a escolha para cada funcionária. No entanto, o visual tradicional ainda é amplamente mantido, tanto por pressão cultural quanto por preferência pessoal. Muitas profissionais optam pelo batom vermelho por entenderem sua importância simbólica e por acreditarem que ele agrega valor à sua apresentação profissional.

Mesmo em um cenário mais moderno, onde a diversidade é cada vez mais valorizada, o batom vermelho nas comissárias de bordo continua sendo um elemento que diferencia a profissão. Ele conecta o presente com o passado glamouroso da aviação, mantendo viva uma tradição que marcou gerações. Para muitas comissárias, essa escolha representa mais do que uma exigência estética: é um símbolo de pertencimento a uma das profissões mais admiradas do mundo.

Diante disso, o batom vermelho nas comissárias de bordo não deve ser encarado apenas como um acessório de beleza, mas como uma ferramenta de comunicação, uma marca de identidade profissional e uma herança cultural da aviação. Ele sobrevive ao tempo por seu impacto visual, sua funcionalidade e pela força simbólica que carrega. Seja por escolha pessoal ou exigência da empresa, esse detalhe vermelho nos lábios segue firme nos ares como parte da tradição e da imagem de excelência da aviação comercial.

Autor: Muntt Jocen

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