Conforme evidencia o doutor Gustavo Khattar de Godoy, a expectativa de vida humana aumentou significativamente nas últimas décadas, impulsionada por avanços na medicina, saneamento, nutrição e acesso à informação. No entanto, viver mais não significa necessariamente viver melhor. Muitos idosos enfrentam anos de doenças crônicas, fragilidade e declínio cognitivo. A ciência da longevidade agora se volta não apenas para estender os anos de vida, mas também para garantir que esses anos sejam saudáveis e funcionais.
O que acontece com nossas células à medida que envelhecemos?
O envelhecimento celular está no centro do processo de envelhecimento do organismo como um todo. Com o tempo, as células acumulam danos no DNA, sofrem estresse oxidativo e perdem a capacidade de se dividir corretamente, entrando em um estado conhecido como senescência celular. Essas células senescentes não morrem nem se dividem, mas continuam liberando substâncias inflamatórias que prejudicam os tecidos ao redor.
Segundo o médico Gustavo Khattar de Godoy, nos últimos anos, surgiram várias abordagens terapêuticas promissoras para desacelerar o envelhecimento celular. Uma delas é o uso de senolíticos — medicamentos projetados para eliminar seletivamente células senescentes. Outra estratégia é a terapia gênica, que busca reparar ou alterar genes associados ao envelhecimento precoce.

Qual o papel da alimentação e dos nutrientes na longevidade?
A nutrição desempenha um papel crucial no envelhecimento celular, ressalta o doutor Gustavo Khattar de Godoy. Dietas ricas em antioxidantes, como a mediterrânea, têm mostrado reduzir a inflamação e o estresse oxidativo — fatores que aceleram o envelhecimento.
Além disso, práticas como o jejum intermitente e a restrição calórica têm sido associadas à ativação de genes que promovem a longevidade e a autofagia, o processo de reciclagem celular. Suplementos com NAD+ (nicotinamida adenina dinucleotídeo), resveratrol e coenzima Q10 também vêm sendo estudados por sua capacidade de melhorar o funcionamento mitocondrial e atrasar o envelhecimento celular.
Quais tecnologias emergentes prometem revolucionar a longevidade?
A biotecnologia está na vanguarda das inovações voltadas para o envelhecimento saudável. Impressão 3D de tecidos, edição genética com CRISPR e reprogramação celular inspirada em células-tronco são algumas das áreas de pesquisa que têm mostrado resultados impressionantes. A reprogramação celular, por exemplo, tem o objetivo de “rejuvenescer” células adultas, revertendo-as parcialmente a um estado mais jovem.
De acordo com o médico Gustavo Khattar de Godoy, empresas como Altos Labs e Calico, subsidiária da Alphabet (Google), estão investindo bilhões em pesquisa nessa área. Embora ainda estejamos nos estágios iniciais, essas tecnologias oferecem uma nova perspectiva sobre o que é possível em termos de regeneração e longevidade.
Portanto, o doutor Gustavo Khattar de Godoy frisa que à medida que as terapias para o envelhecimento celular evoluem, surge um novo conjunto de desafios éticos, sociais e econômicos. Quem terá acesso a essas tecnologias? Como os sistemas de saúde se adaptarão a uma população que vive mais e com mais qualidade? E o impacto no mercado de trabalho e na previdência? Apesar das incertezas, o potencial de transformar a experiência do envelhecimento é real e cada vez mais próximo.
Autor: Muntt Jocen