Quem é a biomédica responsável pelo procedimento estético em fotógrafa que morreu em Cosmópolis

Muntt Jocen
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Profissional tinha iniciado a aplicação de endolaser em Roberta Correa, de 44 anos, que passou mal após receber anestesia de outra profissional, que é esteticista. Vanuza Aguilar Takata presta depoimento à Polícia Civil nesta terça-feira (18).

Prestou depoimento à Polícia Civil, na tarde desta quarta-feira (18), Vanuza Aguilar Takata, biomédica responsável pelo procedimento estético realizado na fotógrafa Roberta Correa, que morreu após passar mal durante ele, em Cosmópolis (SP). Ela e a esteticista Isabella Dourado Fernandes, que aplicou a anestesia na paciente, são investigadas pela Polícia Civil.

Vanuza se formou há 12 anos pela Universidade Paulista (Unip). Ela tem como especialidades a biomedicina estética e análises clínicas e é inscrita no Conselho Regional de Biomedicina da 1ª Região (CRBM1).

O conselho informou que, até o momento, não há registro de irregularidades durante a atividade profissional dela. No entanto, o CRBM1 também apura o caso.

No depoimento informou à Polícia Civil, Vanuza informou que aquele foi o primeiro dia que atuou junto com Isabella.

Vanuza afirmou que conheceu Isabella quando as duas fizeram um curso de endolaser. Também disse que no dia da aplicação de endolaser na fotógrafa, que é um procedimento para remover gordura localizada, atendeu antes outras duas pessoas.

O advogado de Vanuza, João Paulo Sangion, também esteve na delegacia e disse que Roberta teria dito que tinha melhorado, antes de um desconforto, e depois convulsionou.

“O calafrio e uma leve sensação, desconforto de queimação, podem ser sintomas normais da aplicação de uma anestesia, segundo a experiência delas, os cursos que minha cliente fez. Então, o que houve? Chegou um momento que ela [Roberta] disse: ‘ok, já estou me sentindo bem novamente’ com o cobertor. Então, ela convulsionou”.

Em nota divulgada após a morte de Roberta, a biomédica afirmou que a paciente passou mal no início da aplicação do anestésico, realizado pela outra profissional. E que “o socorro foi prestado imediatamente e as profissionais colocaram-se à disposição para todas as necessidades e averiguações”.

“É importante esclarecer que a senhora Vanuza é biomédica há 12 anos, pós-graduada em medicina estética há quatro anos e está totalmente disposta a colaborar com as investigações”, afirmou Sangion.

Outra profissional é de São Paulo
Já a identificação da esteticista e cosmetóloga Isabella Dourado Fernandes, de 29 anos, foi divulgada na terça-feira (17).

Dois advogados de Isabella estiveram na Delegacia de Cosmópolis também na terça, conversaram com o delegado responsável pelo caso e entregaram documentos.

“Eles apresentaram o certificado de conclusão do curso, um diploma de pós-graduação. E embora ela more em São Paulo, se prontificaram a apresentá-la nos próximos dias”, explicou o delegado Fernando Perigolo.
Em nota, o advogado de Isabella, Rodrigo Feitosa Lopes, reforçou que ela possui todas as habilitações profissionais exigidas em lei, incluindo o curso para aplicação de endolaser, e que os documentos que comprovam isso foram entregues à polícia.

A defesa também apontou que, embora seja minimamente invasivo, esse procedimento, assim como outras técnicas, não está isento de eventuais riscos, embora eles sejam raríssimos.

“A ficha de anamnese [pesquisa de histórico de saúde da paciente] em questão consta a informação que não possuía antecedentes de reações alérgicas, irritações ou sensações de desconfortos intensas a produtos de uso cosméticos e medicamentos”, acrescentou.

“Lamentamos profundamente a perda da Sra. Roberta Correa e sabemos que não há nada que possa consolar essa dor. E tudo que estiver ao alcance para que esse processo seja menos doloroso, estaremos à disposição. Apenas ressaltamos que as profissionais envolvidas agiram de maneira ética e profissional, no exercício regular da profissão, de modo responsivo e responsável”.

A polícia também esteve nesta terça no salão onde foi realizado o procedimento. Foram recolhidos alguns materiais no local. Foi solicitada perícia do Instituto Criminalística no espaço.

“A perícia vai lá ainda essa semana, vai fazer fotos, vai ver quais equipamentos tem, porque até agora foi só a Vigilância Sanitária. Aí agora vai o Instituto de Criminalística para ver se existia algum equipamento de reanimação, se há material de sedação. Nós vamos avaliar tudo isso daí”, acrescentou Perigolo.

A polícia solicitou a estabelecimentos que ficam próximos à clínica imagens de câmeras de segurança que possam ter registrado a movimentação no dia da realização do procedimento na fotógrafa.

Entenda a cronologia do caso
Roberta Correa procurou clínica para fazer um endolaser, técnica para remover gordura localizada, mas passou mal e morreu.
Uma prima da vítima disse que, depois da anestesia, Roberta começou a sentir um calafrio, desmaiou e teve uma parada cardíaca.
Ela foi socorrida e levada para a Santa Casa da cidade, onde foi constatado que tinha tido ocorrido uma parada cardíaca. Dias depois, teve morte cerebral.
Roberta era fotógrafa, trabalhava com comunicação e produção musical. Era conhecida na cidade e deixa dois filhos e o marido.
A clínica fica a cerca de 350 metros da Santa Casa de Misericórdia de Cosmópolis e a família diz que a biomédica demorou para pedir o resgate.
O local foi lacrado após constatação de que não tinha autorização para realizar o procedimento estético.
A Polícia Civil instaurou inquérito e o Conselho Regional de Biomedicina da 1ª Região (CRBM1) também apura o caso.
O CRBM1 informou que “não há registro de quaisquer irregularidades contra a profissional Vanuza de Aguilar Takata”, e que ela é biomédica regularmente, mas que vai seguir acompanhando o caso.
A responsável pelo imóvel onde ocorreu atendimento afirma que aluga ele para profissionais de beleza, incluindo a clínica, e que cada um é responsável por sua prestação de serviço.

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